Sabes de ti já tens idade
Já és dono da verdade
Não te podem dizer não
Sabes viver em pensamentos
Colecionas os momentos
Vibras de antecipação
Estranhas no corpo, um corpo estranho
A angustia e o desenho que alguém fez na tua mão
Queres as chaves todas dos segredos
A solução dos teus medos até ao próximo verão
Estás atrasado vais a reboque
Ao som do primeiro toque
Que te passou pela mão
Já te passou o devaneio
Depois do segundo beijo
Nas traseiras do liceu
Estranhas no corpo um embaraço
No calor do abraço que acordou teu coração
Queres as chaves todas dos segredos
A solução dos teus medos até ao próximo verão
Não sei de ti já tens idade
Conquistaste a liberdade
Já não queres a minha mão
Foi distração de meio segundo
E já deste a volta ao mundo
Sem minha autorização
Se a tempestade que te assolou
Não foi verdade nem te queimou
E no deserto da tentação
Não há consolo nem há razão
Não sei de mim já tenho idade
E enquanto cá é tarde
Largo os olhos pelo chão
Não quero aqui condescendência
Mas não sigo a descendência
É só multiplicação
Estranho no corpo um vento estranho
A saudade e o desenho que alguém fez na minha mão
Não tenho as chaves todas dos segredos
Mas acabei com os medos na mudança da estação