A estrada vazia
Instaura a hora deserta
E a vida insinua sem ser descoberta
Pulsa a veia, a víscera, a terra, o chão
Na estrada a vida pulsa por qualquer secreção
Halo de vida que exala das pequenas mortes
Sexo, ascese, acaso, sorte
Necessidade, desejo, esperança, perda
Explodirá a vida
Em sangue, suor e esperma
E por algum instante ser apenas falta
Ser a hora mais deserta que habita em nós
Ser nada, desamparo de qualquer exílio
Ser a estrada que vazia reverbere a voz
Da vida e pulse toda
A vida pulse toda
Voa da estrada
E desafia a queda, desfia a queda
Voa da estrada
Pra não mais pousar