Fone & Capuz

[Verso 1]
Fone e capuz, a rima é proibida a mente nunca encrava
Tento escrever uma quadra e vejo se na batida enquadra
Abano a cabeço e cago no cão que me ladra
Porque a caravana passa e aqui não se passa nada
Mas só pedras da calçada é que me fazem tropeçar
Se não 'tas com a peida na esquadra não tarda vais lá parar
Todo aquele que se cheira não tem onde se agarrar
Vivo a vida a tirar teimas e as minha quem vai tirar
Toma o teu bilhete de ida, não esqueças o passaporte
Orienta o teu caminho tu nunca percas o norte
Calhou me a sorte grande e não tive lá grande sorte
Por isso é que canto isto até ao dia da minha morte
Quando eu morrer
Já lá vou tar em cima
Tropas abrirem garrafas numa casa com piscina
Porcas a atirarem grana amassada pela neblina
Enquanto a minha diva mal comportada vira divina
Meu rap, é moldável molda de rima para rima
Dá 'pa esticar e dobrar to a brincar com plasticina
Tipo essa porca fina
Desliza bem com parafina
360º flips
Quando ela mostra a vagina
Tu sabes como é que a cena desenrola
Se isto arrefece
Sem problema enrola a cena fire nisso e o clima aquece
Vens comigo e confesso te aquilo que me apetece
Guardo uns trocos e vou para Marrocos provar do hash
Em Marrakesh amarras cash naquilo que mexe
Sobe e desce
Acontece ou não
Acorda e adormece irmão
Tive uma visão
Consegui formar um batalhão
Apenas com um mic na mão

[Bridge]
Antes sozinho, que mal acompanhado
Se for para andar no mau caminho deixo os meus de lado
Tas comigo tou contigo mas tens de ter cuidado
Tamos a traçar uma rota com traços do passado

[Verso 2]
Tu que perguntas como estou
E como é que tenho andado
Não sabes como é que eu sou
Só podes tar enganado
Vai perguntar ao vizinho do lado que horas são
Aproveita a deixa e não voltes mais ao meu quarteirão
Aqui não entra bandido, muito menos ladrão
Esses já cá estão, fazem parte do meu batalhão
E as damas que olham para mim resistem à tentação
Porque o corpo diz que sim
A cabeça é que diz que não
Uns tão na rua resistem à metadona
Outros perguntam como é que é ter a melhor gaja da zona
É sempre o mesmo, people com os guitos na lona
Aqui não és mais nem menos só por teres um diploma
Mas não te espantes da maneira como morreu a donzela
Que a estrada tem passadeira e tu passas ao lado dela
Meu brada acende uma vela
Só naquela e fica a velos
Há dias fodidos, e eu sou um deles

Nova escola a dar a solta com a pontimola guardada
Tamos presos na gaiola e temos tudo sem ter nada
Nunca largar o meu brada mesmo quando o chão abana
Lição contrariada por toda a espécie humana