Falo

[Intro: SP Deville]
Vêem todos o que eu vejo
Mas fica tudo calado
À espera do sorteio de quem diga a verdade
Eu bebo do seio desta vida dá-me água
Vossas mentiras fecho, deixo que a alma fale

[Refrão: SP Deville]
E eu falo
Oh, eu falo, eu falo, eu falo
Sobre os factos mais reais que tu não falas
Oh, eu falo, eu falo, eu falo
Sobre os factos, os retratos

[Verso 1: SP Deville]
Repara nos rappers
Em todas as letras, canetas sem tinta
Descrevem a merda, yeah
Quе passa no mundo, repetem, rеpetem
E nada diferem, yeah
E nada acontece
E a NASA ainda pensa que a gente tá cega, yeah
Não voltam à Lua, porquê?
Se vocês já lá estiveram, yeah
É muita mentira, mentira, mentira, mentira, yeah
E tu acreditas, recitas notícias, não fazes pesquisa, yeah
Tu queres Ibiza com Kiza, com queridas
Mas vives na Liza
Eu quero alquimia, descobrir elementos na minha vida, yeah
Como construíram as pirâmides
Conhecimento que tínhamos antes
Que é perdido com o passar dos anos
As raízes do que é ser humano
O que está escondido
O que não nos dizem
Então eu falo, eu trago no meu som
Marco Power dá-me o microfone
Trago sacos, malas, é muita bagagem
Deixa que eu te falo

[Refrão: SP Deville]
Oh, eu falo, eu falo, eu falo
Sobre os factos mais reais que tu não falas
Oh, eu falo, eu falo, eu falo
Sobre os factos, os retratos

E eu falo
Oh, eu falo, eu falo, eu falo
Sobre os factos mais reais que tu não falas
Oh, eu falo, eu falo, eu falo
Sobre os factos, os retratos

[Verso 2: Sacik Brow]
Eu podia desvendar metade desses truques
Ou dizer que está na tática iludir os putos
Ou dizer que é da idade
Já não são astutos
Pedem mais visão e esses dudes é que ficaram míopes
Depende do ponto de vista
O ponto que nos toca
Nem dá texto para revista
O rótulo que nos põem dá direto a haver revista de rotina
E nós vivemos drama do outro lado da cortina
Não é purismo, é hipocrisia
A moda agora é estar na via
Eu sou do tempo que havia skill
Rap sentimento, atitude, G
Ostentação era ter lírica e ser bom no free
Eu vi vi, bem vivi de perto
Que estou certo que a maioria assobia
Para o aldo se a quantia assedia
Sabia que essa fama muda manos que sentem vertigens
E eu subo nas calmas, eu carrego origens
As regras mudaram
Espírito é grana
Também valorizo cada cêntimo que entre
Dou mais valor à vida
Mano eu sou Jamaica
Por nunca esquecer quem me carregou no ventre
Antes de vens materiais e "tchillar" com zibelina
Eu mando cd's lá para o EPL
Para que os manos não esqueçam que a tuga é uma selva
Tem bófia que só caça o nosso tom de pele
Hoje eu levo o ghetto
A dor do preto em cada rima
Em cada quadra
Imparcialidade depois da agressão
É posição de quem nunca pisou numa esquadra
Cenas na cabeça quando eu penso
Nigga eu quase expludo
Essa minha é a minha arte
E olha a parte em que eu parto tudo
Raiva nos meus olhos
Saliva que leva veneno
Não fujo, não corro, não tremo
Mas brow, eu falo mesmo

[Outro: SP Deville]
Mas eu falo tudo aquilo que vês mas não falas
Tudo aquilo que tu sentes mas tu guardas
O racismo que vestem na alma
O início da revolução