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Fuse
O silêncio fere...
Este agudo...será da dor ou estarei cego....
O elmo amassado esconde-me a visão
O meu corpo ensanguentado deitado no chão...
Os meus soldados onde estão?
Todo o flanco inimigo espalhado as cinzas voam sinto o cheiro à podridão
O som das moscas...estou enojado
Corpos que vomitam larvas, cheira a osso queimado
Não consigo levantar...esta armadura é tão pesada
A minha espada está manchada de encarnado da batalha
O meu corpo diz “desiste, entrega-te à morte”
O meu pensamento diz “foca-te, sê forte”
Consigo rastejar até ao leito de um riacho
Ao distante, o meu sangue escorre pelo rio abaixo
A memória só me leva até à perda da visão
Perfuração no dorso....terá sido traição
Aterrorizado pela lição de quem caminha lado a lado nem sempre te dá uma mão
Esquecido...
Focado na punição...sou soldado de um castelo sem torres de proteção
Encosto o ouvido ao chão como um caçador de escalpes
Ainda sinto o cavalgar dos primeiros ataques
Fecho os olhos...ainda oiço aqueles gritos
O som do ferro ainda me causa calafrios
Afuguento abutres...são vultos necrófagos
Faço vénia à escuridão em respeito pelos corvos
Cercado pelos uivos...sombras que têm olhos
Fantasmas não salivam...nem rosnam como lobos
Rancor é uma laranja que a honra não espreme
Se eu forjar o ferro em mim eu sei que o medo derrete
Vou subterrar a minha mágoa na caverna onde o esquecimento nasce
Onde o sol bate e a glória floresce
Pedi ajuda aos deuses...ninguém responde
Caminho até ao buraco onde a coragem se esconde
Onde o ódio adormece, onde a vingança corrói
Onde a saudade me esquece, onde a força se colhe
Formei o exército do EU...
Um coração em marcha de um soldado que se ergueu
Mau tempo é introspeção, viajo atento atrás no tempo
Até à introdução do livro em branco eu leio quem sou
As aves voam para trás, o vento devolve as folhas mortas à floresta
Os anjos lutam para ver quem me leva
Não há riqueza mais mortal que uma mente que enxerga
Suave como a lâmina na seda eu rompo a névoa
Acordo novamente, recordo novamente
Aquela fonte de onde eu bebo eu hoje sinto-me diferente
Sonhei que algo em mim faleceu ou renasceu
Será que foi a água que mudou? Ou fui eu...
Exército Do Eu was written by Fuse.
Exército Do Eu was produced by Gustavo Carvalho.
Fuse released Exército Do Eu on Wed Dec 14 2016.