Vanessa da Mata
Vanessa da Mata
Vanessa da Mata
Vanessa da Mata
Vanessa da Mata
Vanessa da Mata
Vanessa da Mata
Vanessa da Mata
Vanessa da Mata
Vanessa da Mata
Vanessa da Mata
Vanessa da Mata
Eu tava encostado ali minha guitarra
Num quadrado branco, vнdeo papelгo
Eu era um enigma, uma interrogaзгo
Olha que coisa
Mas que coisa а toa, boa, boa, boa, boa, boa
Eu tava com graзa...
Tava por acaso ali, nгo era nada
Bunda de mulata, muque de peгo
Tava em Madureira, tava na Bahia
No Beaubourg, no Bronx, no Brбs
E eu, e eu, e eu, e eu
A me perguntar
Eu sou neguinha?
Era uma mensagem
Lia uma mensagem
Parece bobagem mas nгo era nгo
Eu nгo decifrava, eu nгo conseguia
Mas aquilo ia, e eu ia, e eu ia, e eu ia, e eu ia
Eu me perguntava
Era um gesto hippie, um desenho estranho
Homens trabalhando, para e contramгo
E era uma alegria, era uma esperanзa
Era danзa e danзa ou nгo, ou nгo, ou nгo, ou nгo, ou nгo
Tava perguntado:
Eu sou neguinha?
Eu sou neguinha?
Sou neguinha...
Eu sou neguinha?
Sou neguinha...
Eu tava rezando ali completamente
Um crente, uma lente, era uma visгo
Totalmente terceiro sexo
Totalmente terceiro mundo terceiro milкnio
Carne nua, nua, nua, nua, nua, nua
Era tгo gozado
Era um trio elйtrico, era fantasia
Escola de samba na televisгo
Cruz no fim do tъnel, beco sem saнda
E eu era a saнda, melodia, meio-dia, dia, dia, dia
Era o que eu dizia:
Eu sou neguinha?
Mas via outras coisas: via o moзo forte
E a mulher macia den'da escuridгo
Via o que й visнvel, via o que nгo via
E o que poesia e a profecia nгo vкem
Mas vкem, vкem, vкem, vкem, vкem
Й o que parecia
Que as coisas conversam coisas surpreendentes
Fatalmente erram, acham soluзгo
E que o mesmo signo que eu tento ler e ser
Й apenas um possнvel e o impossнvel
Em mim, em mil, em mil, em mil, em mil
E a pergunta vinha:
Eu sou neguinha?