Oh! Ironia...
Era um poeta que um dia
Assobiou ao acaso...
E por surpresa, quem diria...
Era eu sua montanha desmoronada
Sua vitória derrocada
Sua honestidade tardia
Me desmorono, pela vontade, pela potência
E me transformo numa esfinge de estilhaços
Dando graças a algum deus muito distante
Ou o representante de todas as mortes no céu
Um céu, há muito tempo, morto de estrelas
Morto, morto, morto
E quem sabe?! Pela força da sua traição
Pelo sangue jorrando de uma só veia
De uma transbordada paixão!
A medida sendo a falta, seja lá qual for a falta:
Falha, amor, infâmia, elegância
Eu amo duelar com todas as partes da existência:
Vida, morte, vitória, fracasso, vazio...
Um derradeiro sopro de audácia
Dessa indecifrável coragem
Reerguendo com a astúcia de um gesto lento
Uma inevitável eternidade
Me desmorono, pela vontade, pela potência
E me transformo numa esfinge de estilhaços
Esfinge de Estilhaços was written by Lobão (BRA).