Época Dourada

[Letra de "Época Dourada"]

[Intro]
Yeah Mundo Segundo Volume Um
Diretamente para todos os meus manos
Rap fora do comum

[Verso 1]
Meu irmão este som faz-me voltar atrás no tempo
Na estação General Torres quando breakávamos no cimento
Na Ponte D. Maria sobre o ar que ninguém sabia
Às escondidas, braços ao peito, pernas partidas
Primeiros fumícios e experiências com bebidas
Na idade que fui introduzido a um novo tipo de amigas
Miúdas convencidas que só procuravam intrigas
Do tipo das que juravam mas por trás faziam figas
No tempo que sonhávamos com concerto vivos
Mas nos bares não havia hip-hop
E para tocar era fodido
Só mais tarde, Serial no Comix
E a mítica quinta feira
A receita toda aceita
Em direção a Cedofeita
Aceita a história, produções assim refrescam a memória
Da época de ouro, da cultura, momentos de glória
Batidas clássicas, carregadas de liricismo que nos faziam levitar
Sobre o [?] do abismo

[Refrão]
Bem vindos de novo à época dourada
B-boys no cimento, improvisos de madrugada
DJ está no corte a produção está na casa
Artistas de rua, de cara tapada

[Verso 2]
Espontâneo, instantâneo foi assim que eu comecei
Do topo do crânio acompanho pelo DJ
Guze no prato desbrava como um falcão do mato
Esses traidores à procura de mais um chefe Viriato
Faz-me lembrar as velhas manhã na feira da Vandoma
À procura de vinis usados
Saldo preço de retoma
Amplificadores, microfones ou colunas
Knobs em lojas, meu puto
Custavam fortunas
Tínhamos material do mais podre que pudesses imaginar
Mas uma vontade infinita quando o verbo era criar
Desde cedo detetámos falsos profetas no radar
Pessoal que só anda aqui a enconar e passear
Gajos detorpam a verdade
Distorcem a realidade
Deliberadamente, por inveja ou vaidade
Paz amor e união
Prosperidade é o meu lema
Pois a violência que tu espalhas é a raiz do problema

[Refrão]
Bem vindos de novo à época dourada
B-boys no cimento, improvisos de madrugada
DJ está no corte a produção está na casa
Artistas de rua, de cara tapada

Bem vindos de novo à época dourada
B-boys no cimento, improvisos de madrugada
DJ está no corte a produção está na casa
Artistas de rua, de cara tapada

[Outro]
Para todos os meus manos
Que viveram a época dourada, podes crer
Para quem para quem para quem?
Para todos esses nabos que falam muito
Mas não fazem nada
Não fazem nada
Isto é rap a sério, podes crer
Diretamente zona Norte
Nova Gaia invicta
Abraço forte
Mantenham-se ligadas com trabalho
Mundo Segundo volume um
Diretamente para a rua