[Verse 1]
E se eu abrir a porta?
O que é que vou encontrar
Se é pá andar na cepa torta
Mano, eu nem sequer vou andar
A pergunta é essa
Toda a resposta é muito pouca
Pensando com muita pressa
Pensa toda a gente louca
Então eu penso devagar
Lento e vou andando
Porque o caminho é muito grande
E ainda há muito por passar
Estrada duvidosa
Buracos e maus caminhos
Onde antes era só rosa
Agora ficam só os espinhos
Falsos rappers nessa tuga
Querem vir práqui brilhar
Mas o spotlight não muda
Só no dia em que eu parar
Eu mesmo sem querer
Dou a dor ao cotovelo
E só quando eu quiser
É que acaba o pesadelo
Quarto escuro sonho duro
Difícil de ultrapassar
Tenta saltar o muro
Mas ele não se deixa saltar
Tentar, Tomar o mundo de assalto
Deixar tudo espantado
Um puto que sonhou alto
E acabou bem elevado
Acima do banal
Com humildade mas noção
Que quem fica pelo normal
Não tem nunca a visão
Ver prálem do mais comum
Não ser só mais um
Seguindo nesta track
Eu fiz o meu caminho
Porque no Boom boom bap
Eu tive o meu boom sozinho
Estrondo tipo Hiroxima
Nascimento de uma onda
Eu vim de baixo para cima
E cruzei-me com a bomba
O produto da mente
Fez-me a mente mais pura
E no meu quarto crescente
Eu vi encolher a moldura
Quantos cabem
Quantos querem caber
Há muito mais que cem
Que sobem sem querer
Pousam pá fotografia
Com sorriso bem rasgado
Colam-se lado a lado
Para ter visibilidade
Mas só fotografados
É que têm oportunidade
[Chorus]
E tu que não és nobre e queres retrato
Como é que eu te trato?
Tu não te espantes se eu
Algum dia engolir os gigantes
E tu que não és nobre e queres retrato
Como é que eu te trato?
Tu não te espantes se eu
Algum dia engolir os gigantes
[Verse 2]
Não tenho o rei no papo…
Se eu não tivesse cara
Encarava sempre igual
Porque a mente nunca para
Nem em paragem cerebral
Vivo ou morto eu sou poeta
Escrevo nas linhas da sorte
Com um traço da caneta
Com que assino a morte
Dos rappers mais perdidos
Enganados e iludidos
Por família ou amigos
Que incentivaram em vão
E só com uma barra
Ficam mortos num caixão
Que é literário
É a morte do artista
Um otário que se fez à pista
E sem papas na língua
Ainda queria ser mais papista
Do que eu
Não sucedeu
Prof na nova escola
Eu escrevi o que tu les
As tuas rimas são a bola
Com que eu ando aos pontapés
Sou Ronaldo, sou Messi sou Neymar
Três gigantes conjugados
Com quem tu não consegues jogar
Eu tento explicar
Mas já não sei se dá
Tentar trazer à vida
Vida onde ela não há
Se tu não sabes nadar
Mano tu não te mandes para o mar
Pousa a caneta e aprende
Queima o papel tipo eu
De uma maneira diferente
Porque com cada traço
Deixo a folha mais quente
E já entrou em combustão
Tu não brinques com o fogo
Olha que queimas a mão
Abre o olho tas com sono
Com um rap cansado
Cantas como eu ressono
E olha que eu durmo calado
Pouca ação muita fala
Muito canhão pouca bala
Tas baixo com sonho high
Mais baixo tu já não cais
Tas no muito mais que mau
Tenta subir um degrau
Ouvir ruido eu não consigo
Sofro tipo que é castigo
Que não mata nem me esfola
Não é bala nem pistola
É um pseudo-matador
Porque pra não seres ouvido
Mano.. até sem silenciador
Engolir os Gigantes was written by D’Evil (IND).
Engolir os Gigantes was produced by .
D’Evil (IND) released Engolir os Gigantes on Tue Jan 23 2018.