Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
Aquela cativa que me tem cativo
Porque nela vivo já não quero que viva
Eu nunca vi rosa em suaves molhos
Que para meus olhos fosse mais formosa
Nem no campo flores, nem no céu estrelas
Me parecem belas como os meus amores
Rosto singular, olhos sossegados
Pretos e cansados, mas não de matar
Uma graça viva, que neles demora
Para ser senhora de quem é cativa
Pretos os cabelos, onde o povo vão
Perde opinião que os louros são belos
Pretidão de amor, tão doce a figura
Que a neve lhe jura que trocara a cor
Leda mansidão, que o siso acompanha
Bem parece estranha, mas bárbara, não
Presença serena que a tormenta amansa
Nela enfim descansa toda a minha pena
Esta é a cativa que me tem cativo
E pois nela vivo é força que vive
Nem no campo flores, nem no céu estrelas
Me parecem belas como os meus amores
Rosto singular, olhos sossegados
Pretos e cansados, mas não de matar