Ela-Eu

Ela
A coisa medonha
Vive se orgulhando
Do que me envergonha

Ela
Sendo meu avesso
Usa do meu corpo
Como endereço
E presa de fraqueza
Minha vontade ainda
Duela
Com ela
Esse meu oposto
Que a contragosto
Tanto me fascina

Ouso
Mesmo receoso
Procurar seus olhos
E louco e sem conselho
Pela tua face
Eu me vejo no espelho

Eu, ela, eu
Não sei quem mesmo sеja
Face que eu disfarço
Minha alma confusa
Usa е desata a hemorragia
De prazeres que eu mesmo me proibia
Me diz quando eu corro à porta da rua
(Aqui a casa é tua)

"O corpo veste a teu gosto"
"a alma pura até pode andar nua"

E eu, e eu