Vitor Brauer
Vitor Brauer
Vitor Brauer & Hugo Noguchi
Vitor Brauer
Vitor Brauer
Vitor Brauer
Vitor Brauer &
Vitor Brauer
Vitor Brauer
Vitor Brauer
Vitor Brauer & Theuzitz
Vitor Brauer
Vitor Brauer
Vitor Brauer
Vitor Brauer
Vitor Brauer
Festa de aniversário da Marina, minha cunhada
À noite numa cobertura do segundo andar
De um prédio comercial no centro de BH
Rua Curitiba se não me engano
O chão de laje cimentada rachada mas com frescor de umidade
Embaixo de árvores plantadas no segundo andar de um prédio comercial
Uma piscina verde, dentro dela várias pessoas seminuas
Mesas de plástico azuis e em cima das mesas bebidas, comidas e drogas
Acho que nunca fui numa festa assim
Mas me soa como algum reveillon
A música toca alta e é esquisita, dropo um ecstasy
Cinco minutos depois Benke e Ynaiã me chamam pra comprar mais cerveja
Na loucura eu aceito
Antes de sair vejo uma roda de cadeiras
Jogando um jogo de tampar os rostos
Como um ritual, mas é só Máfia
Ao sair vejo que Benke e Ynaiã saem
Mas também estão jogando o jogo
Quem é o clone e quem é o real?
Ou eles se separam em duas pessoas cada um?
E a quantidade de pares e números dois embaralha minha cabeça
Máfia e drogas
Estranho, pois Marina não é uma pessoa das drogas
Saio com meu par de amigos
E imediatamente esqueço se são clones ou se são reais
É madrugada nas ruas de Belo Horizonte
E só os mendigos e crackudos e zumbis nos acompanham
Estranhamente não sinto medo
Pois não tenho nada a perder
Naquela hora eu já percebia que era tudo um sonho
Ou eu tinha enlouquecido de vez
O trio acaba na casa de uma amiga em comum
Alguma produtora de eventos, não lembro quem era
Minha consciência pesa por conta de eu ter vazado
Do aniversário da minha cunhada e minha namorada provavelmente está chateada
E como estou muito louco não tem como eu sair dali sozinho
Mas os meninos demoram tanto que eu sou obrigado a fugir escondido
Porque se eu falasse que eu tava indo
Eles iam me fazer esperar pra eles irem comigo
Fiz que ia no banheiro, peguei no celular e fui pra porta fingindo atender alguém
Eu tinha celular?
Bem, acabou que desci do prédio e estava do outro lado da rodoviária e tinha de ir a pé
Aparentemente estava rolando um protesto no complexo da Lagoinha
E nenhum carro passava por lá
Muita gente tilelê sentada e deitada no chão
Algumas fogueiras, músicas e violão
Um pesadelo assustador
Juntei minha coragem e pra fugir dali tive uma ideia
Ia pular do viaduto para uma bancada do lado de fora da rodoviária
Subi na beirada de um dos viadutos e pulei
E acabei caindo de mal jeito nos arbustos do lado de fora da maldita rodoviária
Dentro dela, outra quest
Pois ela também estava ocupada e estava lotada de gente e protesto
Um casal me barra e fala que eu devia tá ali protestando também
Não sei se conheço eles mas eles me conhecem
Eu explico que estou numa festa da minha cunhada e... e realmente tenho que ir
A menina de esquerda esbraveja que nenhuma festa é mais importante que a luta
Eu comento que a luta deles vai ser outra amanhã
Pra ela ficar tranquila que na luta de amanhã eu compareço
Os dois ficam putos mas eu consigo fugir deles
Encontro uma escada que dá pro sótão da rodoviária
Que não existe
De lá pulo pra área do estacionamento que dá pra Afonso Pena
Dou graças a deus e digo que nunca mais vou usar drogas
No estacionamento encontro Fefel e ele me diz que tava guardando minha jog
Pego minha jog, como se eu tivesse uma jog, agradeço e vou embora
Já amanhecia e tinha passado umas doze horas que eu tinha saído
Me preocupei se a festa já tinha acabado
Chegando na festa vejo que ainda tá rolando e que todo mundo tá muito louco
Minha namorada não liga de eu ter demorado
E eu falo duas palavras: explico depois
Ela ri e vê que eu não tenho pupilas
Na festa chego perto de Ventura e Cairê
Que estão discutindo algo bobo sobre conexão de aeroporto em Recife
Eles riem e eu rio e dou graças a deus que estou com meus amigos
Mas estou incomunicável
Então me dá um calafrio
Deixei a jog ligada do lado de fora do prédio
Desço com Cairê e Ventura e a jog não está na porta
Eu fico com muita raiva pois ela era a minha jog
Eles perguntam será que ela foi roubada ou será que ela foi multada
O centro da cidade já está pegando fogo com gente trabalhando pra cima e pra baixo
Rua Curitiba se eu não me engano
Do nada, Kennedy chega e me dá uma guitarrada no pescoço
Eu caio no chão e quando olho minha jog que estava pendurada numa árvore cai do meu lado
E eu penso no menino que sonhou com o pokemon dizendo tá tudo bem agora
Eles me ajudam a subir com a minha jog e me preparo pra usar drogas pra comemorar
Mais um dia normal
Drogas was written by Vitor Brauer.
Drogas was produced by Vitor Brauer.
Vitor Brauer released Drogas on Fri Nov 17 2017.