Décimo Primeiro Mês

Verso 1

Rezar? Não rezo, desisti disso
Reli-gi-ão não é compromisso
Duvi-davel isso tudo, sabe
Se existe, ou não uma entidade
Pelo que sei, Deuses dormem já
Apoca-lip-se é pra alertar
Que Ele acordou, ou que acordamos Ele
Queria um sono eterno, a vida é um pesadelo
Dizem que a vida é uma puta, como se tivesse culpa
Sendo que na verdade, o mundo que a estupra
Dizem que ela é dificil, por exemplo, eu mesmo digo
Mas não nego, isso é só o medo do desafio
Temos medo de toda mudança, de perdas, intolerancia
É o que sobra nessas mentes de todas essas crianças
Eu sou uma delas, apenas com medo de errar
Por que mudar nunca é algo fácil pra se lidar
Dizem que somos nós quem complicamos a nós mesmos
Tenho que concordar, faço isso o tempo inteiro
Tenho que aceitar, preciso corrigir isso
Ou vou continuar tornando o que é facil, dificil
Eu preciso mudar, to preso sob essa pena
Por que de forma alguma ia aceitar mais uma perda...
Acho que já sinto o peso dessa corrente
Ausencias tem presença em peso no meu presente

Refrão
Ainda tem muito a andar, até eu estar
Preparado pra encarar, o que for chegar
Pesadelos são constantes, já não da pra negar
Mesmo que abra os olhos, não há forma de escapar
Será que estou pronto para o que mais surgir?
Será que estou pronto para um dia partir?
Será que terei que voltar, refazer caminho?
Acho que no fim, estarei mesmo sozinho...

Verso 2

Dizem que errar é humano... E quanto a perdoar?
Algo divino, segundo o que já ouvi falar...
Existem pessoas capazes de ganhar perdão?
Pelo que sei, isso quem decide é o coração
Você pode decidir esquecer ou só levar
De qualquer forma, o passado ainda está la
Só como lembrete de que eu posso mudar
Me olha agora, ce me ve? Eu nem vou olhar...
O coração é capaz de mudar? Te transformar em outro?
É capaz de levar suas ações la pro fundo do poço?
É capaz de tornar os seus momentos mais felizes
Como a versão preto e branco de um arco iris?
7 cores de apenas sombras, ja se dissipando
Aos poucos parece que perdemos o lado humano
Pessoas com quem nos importamos, ja não ligamos
Se tão vivos, respirando, ou sequer tentando...
O mundo corrói a gente, a gente corrói o mundo
O que fazemos tem volta, não é um absurdo
Sorrisos tem quem carregue, mas dores sobrecarregam
E por mais que isso pese, prepara pro futuro
Se o passado persegue, é que a lição que se deve
Aprender antes que te ferre, ainda tem um furo
Se é pra cair, quem se atreve... A machucar-se por breves
Longos momentos de estresse, sentir que o poço é fundo...

Refrão
Ainda tem muito a andar, até eu estar
Preparado pra encarar, o que for chegar
Pesadelos são constantes, já não da pra negar
Mesmo que abra os olhos, não há forma de escapar
Será que estou pronto para o que mais surgir?
Será que estou pronto para um dia partir?
Será que terei que voltar, refazer caminho?
Acho que no fim, estarei mesmo sozinho...

Verso 3

Sinto como se, minha voz fosse me engolir
Como se quando abro a boca, o som volta pra me atingir
Como se isso tudo tivesse tocando ao contrario
E quando falo... Voltasse direto pro meu lado
Digamos, garganta abaixo, de volta pra alma
Quanto mais eu falo, mais u vou perdendo a calma
Quanto mais eu fico quieto, mais eu quero gritar
Como se minha alma tivesse ao ponto de estourar
Explodir, sair, fugir, ter alguma forma
De se afastar de tudo que me cerca mundo afora
Se prender numa eterna canção, que ao se dar play
Você se identifica como se fosse esse alguém
Quantas vezes você ja se sentiu dessa forma?
Como se parecesse que ce se isola
Para tentar proteger todos de você por que
De certa forma ce tem medo do que pode fazer
Como se tivesse escrito "perigo" na sua testa
Como se fosse seguro manter-se num universo
Que você criou pra si com a intenção de não afetar
Nada mais ao seu redor, por não querer se culpar
Quando tudo parece que infelizmente é sua culpa
Por mais que você tenha investido sua luta
Seu coração, sua força, sua alma nisso
Os ventos sopraram sua dedicação pro lixo...

Refrão
Ainda tem muito a andar, até eu estar
Preparado pra encarar, o que for chegar
Pesadelos são constantes, já não da pra negar
Mesmo que abra os olhos, não há forma de escapar
Será que estou pronto para o que mais surgir?
Será que estou pronto para um dia partir?
Será que terei que voltar, refazer caminho?
Acho que no fim, estarei mesmo sozinho...