[Verso 1]
Se eu contasse numa frase a verdade sobre aquilo que eu sinto
O que me invade dá-me capacidade e requinte
E criatividade não me dá nota vinte
Mas dá-me força e vontade p'ro dia seguinte
O João cresceu e a graça desapareceu
E se ele não chegou mais cedo foi pela graxa que nunca deu
Há quem ache que ele não mereceu de cabisbaixo ando eu
Sem me meter com ninguém eu só defendo aquilo que é meu
Aquilo que é nosso aquilo que é luso
Aquilo que eu uso como inspiração
Pai Nosso não é o vosso pai
Aqui ninguém trai um irmão
Aqui matas-te a trabalhar e se morres sem pagar o caixão
É certo que quem te acolha no céu, te faça pagar caução
'Tás a acusar pressão, ainda nem abriram a investigação
Vou-te dar a mão, mas tens que me dizer de quem é o sabão
Depois da rusga do coffee a conversa do bófia era
Apanhar culpado p'ro que tinha encontrado no chão
Nós éramos putos, não éramos burros
E mesmo em apuros, cuidávamos uns dos outros
Hoje é tudo tão diferente somos mais maduros
Crescemos ao mesmo tempo que cagámos uns p'rós outros
Dizem que o tempo cura tudo, mas tudo o quê?
Se p'rás pessoas lá fora está sempre tudo bem
Toda a gente mente desde que haja dinheiro presente
Passam todos uns pelos outros sem passar cartão a ninguém
Tipo MB Way, tipo que tudo se resume a dinheiro
One day, vão-vos dizer que eu fui pobre mas verdadeiro
Andei desde os 13 a gravar merdas, nunca vinguei
Mas ao menos sei quem sou, e se eu digo visualizei
Em pele e osso, ambientes mui peligroso
Muito mentiroso, a querer tirar partido do teu esforço
Foi partido mas colou-se e hoje estou mais forte
E eu não vim com tudo só trouxe o que cabia no bote
[Refrão]
Hoje todos vão na dança, conforme o vento
Dançam na esperança que a infância dure p'ra sempre
É bom ser criança, mas obrigatoriamente
Tens que fazer crescer a criança que tens aí dentro
Hoje todos vão na dança, conforme o vento
Dançam na esperança que a infância dure p'ra sempre
É bom ser criança, mas obrigatoriamente
Tens que fazer crescer a criança que tens aí dentro
[Verso 2]
Se o que conta é moldar-me para quê dar-me a conhecer
Perder e achar-me ao mesmo tempo
Que descubro a minha maneira de ser
Eu mudei tu mudaste, eu cresci nós crescemos
Vemos nos outros aquilo que somos e nem os conhecemos
Pomos o mundo em questão, ao sentirmos pressão
Ficamos presos ao peso da nossa imaginação
Missão espinhosa e a minha posição vantajosa
Não serve de nada quando o realizador diz ação
Não tenho duplos, no meio de muitos sem escrúpulos
Sempre ouvi vozes, e sempre que pude dei pontapés nos vultos
Nunca fui bom nos estudos nem a acatar ordens
Quando é daí que vem a diferença dos putos p'rós homens
Homens que não olham a meios p'ra atingir fins
Joe dá-me os patins que eu tenho outro roteiro
Quando eu perder o comboio, sigo os carris
Até encontrar o "Kaya" no apeadeiro
[Refrão]
Hoje todos vão na dança, conforme o vento
Dançam na esperança que a infância dure p'ra sempre
É bom ser criança, mas obrigatoriamente
Tens que fazer crescer a criança que tens aí dentro
Hoje todos vão na dança, conforme o vento
Dançam na esperança que a infância dure p'ra sempre
É bom ser criança, mas obrigatoriamente
Tens que fazer crescer a criança que tens aí dentro
Hoje todos vão na dança, conforme o vento
Dançam na esperança que a infância dure p'ra sempre
É bom ser criança, mas obrigatoriamente
Tens que fazer crescer a criança que tens aí dentro