Consumismo

[Verso 1]
Se o consumismo gera o mundo
O inconsciente gera o resto
Espírito é mercantil á espera do gesto honesto
Competição que te emagrece a moral
Reduz-te a personalidade e o teu intelectual
A loucura anda á solta e quer pessoas como tu e eu
Pra tentar tornar eterno tudo aquilo que morreu
E enquanto um morre o outro mata
E se há famílias com sobras é porque há famílias com falta
E em vitrines vemos sonhos,correntes, mordaças
A última moda para escravos e traças
Porque hoje em dia o estar estável
É vida inteira a agradar o desagradável
Será que tudo o que desejas ,necessitas?
Ou será essa ostentação que alimenta as vossas crias
Há muita coisa que te pode alegrar
Mas somente uma pessoa é que te pode felicitar
Amar, valorizar,usar e abusar
Pois eu sei que até á data as coisas não sabem chorar
E o desejo alucinante de ter, e querer ser
Mostra muita identidade de quem só finge viver
De quem se esconde num ser
De quem não come p'ra ter
De quem consome prazer sem se saber satisfazer
A massa quer ir à Disney,o cidadão para a praia
A massa ensina o inglês e eu aprendi com os de Gaia
Não penses que tens uma vida de barão
Porque és só um escravo voluntariado do patrão
Quando deres passos na vida não digas que foi um salto
Porque o guito vai ouvir e vai querer saltar mais alto
No paraíso dos tolos , todos contam os tostões
Todos poupam p'ra trocar moedas por ilusões
Num grão de areia vejo um mundo movediço
E deixo-me levar por ele, pois amo o solo que piso

[Refrão]
As portas abrem
As pernas correm
Rumo ao ciclo
Que tem sido
De quem não consegue conter esta vontade de consumir

As portas abrem
As pernas correm
Rumo ao ciclo
Que tem sido
De quem não consegue conter esta vontade de consumir