Canto XI

[YO CLICHÉ Verso]
Estou num canto a escrever cantos de pala para trás
Enrolando ninfas que o fumo desfaz
Escrevendo epopeias a meias com o tempo
Porque ele próprio não se entrega por inteiro
Escritas a metades, escritas em partes
Até que ele venha e diga:
“Está na altura de acabares!”
Piratas dos mares
Tu, não te compares
A quem tem rasgos de génios
Enquanto mija em Valadares
Conquistamos o sofá
Em terras da caixa mágica
Metade do mundo foi nosso
Hoje, tragédia clássica
Os deuses bazaram do Olimpo
Mas Baco baixou à terra no meu copo de tinto
São feitos e desfeitos de uma bandeira gasta
Junto-me ao Zé e mandamos tudo para o raio que o parta
O Pedro já não ama a Inês
Bazou com um grupo de bifas
Ela agora está de tanga
É menina de cinco esquinas

REFRÃO
Quem é que não quer?
(Ninguém man toda gente quer claro!)
Quem é que não quer?
Visões, ficções, Camões, Variações
Peixinhos, sermões e um bom par de milhões
(ya man quem é que não quer? todos querem essa cena)

[PITÉ Verso]
Tu és tipo, Gil Vicente
Eu sou tipo, Gil Eanes
Dramaturgo, convincente
Eu comando mil bacanos
Eu sou índio, sou xamã
Tu és pintas, és fanã
Tenho tino, tenho fãs
Tu és Tino, és de Rãs
Ok, agora eu faço-te um favor
Deixa só dizer a todos o que faz um vencedor
É que no meu interior eu sou um navegador
E a ironia é saber, que eu sou o meu próprio Adamastor
Com rigor, enquanto não tens a visão superior
És carne do pojadouro
Mal passado como o teu cabo Bojador
Hey tu, leva isto a peito
Não ligues às sereias que não te deixam satisfeito
Respeito, esse sim, é um deus que eu aceito
E se não tens mais que dez haters, não fazes nada de jeito
Pões-te a jeito, a ser mais uma ilusão
Nesta ilha dos amores, com favores em circulação
Fervor no meu coração
Falas mal do chão que pisas
Não deves estar com noção