[Verso 1]
Complexos sociais
Despertam na madrugada
Na rua drogada de hábitos da sina bem pesada
Embrulho de andamentos
Metido em ruelas
Zonas, lugares longe de páginas amarelas
Trabalho fácil, serviços e vantagens
É outra fome de consumo que não vês em percentagens
Num indivíduo arguido com desleixo a fazer [sumo?]
Carro novo e não do povo
Cinco filhos num T1
Homem da rua face a face
Um passo condenado
Atravessado no pescoço
[Terço e?] um bocado
Dum registo criminal
O cadastro é gorjeta
Desespero carregado com um fusco na gaveta
Imagens com poeira mesmo numa noite branca
Corre um sangue perigoso que não estanca
Compromissos de honra, outro tipo de comando
E honestidade é como bófia, só passa de vez em quando
Morte não escolhe raça nem praça
É a consequência que traça
O homem que se chiba do homem que caça
Autoridade é novidade
Má atitude, poder só 'tá à altura de quem enfrenta a altitude
Vertigem é para os que sobem e fingem que estão no poço
Aqui um coxo cai antes que um mentiroso
O crime é firme e não se atura
E num desastre não há TV
Polícia é que faz a cobertura
Guerra urbana e quem se alista fica
E quem assiste imita
Sem a noção à vista
Já estás metido, a raiva é a tua defesa
Por cada baixar dos olhos
Man, vês pegadas da tua fraqueza
[Refrão]
Cá fora evita, fica atento
Censura plana aos olhos da gente
Cá fora o respeito é o conceito com mais faltas
Mantém distância se tu não calças o piso que calcas
Cá fora evita, fica atento
Censura plana aos olhos da gente
Cá fora o respeito é o conceito com mais faltas
Mantém distância se tu não calças o piso que calcas
[Verso 2]
Negócio que passa a ócio
Putos [adiantados?] traídos
De lutos [presos?] apadrinhados
Identificados na tutoria, abandonados, subornados
Pela ama que manda outro estilo de recados
Compensados, entretidos noutros rebuçados
Soldados do caos
Passam o Natal em orfanatos
Uns pegam na pica, novos querem estatutos virgens
De felicidade mas já fodem com produtos
Não há estudos
É cara podre, mães espertas
Procuram saber se o Marquês tem mais ofertas
Mini saias mostram o cu que ainda não tem Sida
Ainda vale uma esquina já com uma puta de vida
E esse dinheiro nem é dado, é ejaculado
Misturado com a despesa de um corpo usado
Propriedade de outrém
E não se sabe de quem
Objeto que alivia o mal só para obter um bem
E muitos calcam o que calçam e são
Um luxo com um ponto de interrogação
Bem comportados também perdem moral em caras incógnitas
Alguma ética
Só estética de hipócritas
[Refrão]
Cá fora evita, fica atento
Censura plana aos olhos da gente
Cá fora o respeito é o conceito com mais faltas
Mantém distância se tu não calças o piso que calcas
Cá fora evita, fica atento
Censura plana aos olhos da gente
Cá fora o respeito é o conceito com mais faltas
Mantém distância se tu não calças o piso que calcas
Cá fora was written by Johnny Virtus.
Cá fora was produced by Johnny Virtus.