[Intro]
Barga rija, barba branca
É a idade
[Verso 1]
Mano Ikono
Sempre cá no esgoto
Nem aponto p'ra saída, lá em cima só há escrotos
E broncos, deslumbrados com tão pouco
Vão ao palco já bem tontos, nu têm alma
Nu têm foco, dá-me a lama, eu vou ser porco
E da merda eu já não saio, escolhi ser underground
Mano, me cuiya de caralho
Escolhi pausar na banda, ter menos aniversários
Fazer bom uso da palavra, mesmo aumentando adversários
Rappers não me estimulam, estrangeiro ou residente
Vá, discutam só lambula, eu me beefo com o presidente
E não é só com o precedente, eu quero gerações futuras
O que vislumbro é decadente, então palavras saem duras
E tu só te preocupas em comer mas não tens dentes
Ou kumbu p’ra dentadura, tuas lacunas são latentes
Instauraste a ditadura aos teus neurónios, estão dormentes
Dormiste na censura acordaste inconsciente
O eterno adolescente, pó p'ra mascarar as rugas
A careca é reluzente mas p'ra frente é a tua fuga
Queres ser rei eu sei, mas falta-te a realeza
Discutamos leis também, não só os vídeos Dabeleza
Tu não tens destreza mental p’racompanhar a proeza lirical
Não te aborreças, a tua cena é mais banal, teu canal é só carnal
Vives um eterno bacanal, num inferno colateral, és um virgem espiritual
Não 'tou a falar de deus, tenho babulo com esse dreida
'Tou a falar de amar os teus, sem ter de recorrer à igreja
Ou à paletes de cerveja, o que metes nunca chega
Ouve o mestre, é bom qu'aprendas
Uma gilette, laminado dos dois lados
Eu sou, convidado eu dou
Chicote no dono do som e ele aplaude!
Habituado a ser julgado eu 'tou
Me cagando e vou, trabalhando o meu dom
Vai e odeia à vontade!
Tou a bumbar milagre com o meu mano katró
Tu a garimpar com balde mas só sai cascalh'ó
'Tás a pagar o espumante, tôs wis chupando mas yo
'Tão a te rir distante tipo és o Kotingo
Gosto bué de dormir, vossos raps me dão sono
E só acordo p’á repetir meu concorrente é o Tatório
Voltei nesse mambo aqui, com o David e Inamotto
E enverguei o mesmo peike, é isso aí não tenho outro
Entendeste pouco do que aqui aludi
Tanto bla bla mas nu m’iludes wey
Vi que és só ar, tu tens verniz
E eu vim to estalar te revelar pró país
Tu não és MC nem sequer aprendiz
Vives-te a iludir, és um pobre infeliz
Mas agora depois disto não deves mais confundir
Hip-hop sem mimimis, onde eu tenho a raiz
Vou continuar sem o beat, a torpedear o teu estilo
Isto p'ra ti é só bling, p’ra mim cassule, Kamulingue
Quem matou Mfulupinga, 'tou com a tropa dos 15
MPLA nos enganou vamos estudar Savimbi
Banzelando no Esgoto (Mestres de Cerimónias) was written by Ikonoklasta.
Banzelando no Esgoto (Mestres de Cerimónias) was produced by Boni “Diferencial”.
Ikonoklasta released Banzelando no Esgoto (Mestres de Cerimónias) on Wed Oct 17 2018.