[Verso 1: Cintia Savoli]
O tempo num espera, agora é a vera
Inverno num é primavera
Se cê moscar, já era
Aqui até os linha de frente amarela
Entra na disputa pra encontrar um bom lugar ao sol
Cê quer brincar de empinar pipa, vai ter que passar cerol
Formol pra entulhar os corpos de quem já não vive mais
Se bem que entre viver e morrer nessa selva
Pra muitos tanto faz
Sagaz é pouco pra quem vive no sufoco
A vida é um sopro ao som de vários pipoco
Os menorzin nervoso, sangue no olho
Tudo na febre, é só na tela os criança esperança
É o fliperama da vida real, cena é marginal
Brincar de GTA, só lá fora do seu quintal
Vai mau, e vai que vai
Sem freio e sem receio
Os bang bang, os tiroteio é rotina dos parceiro
As cota é pouca pra formar malandro em homem de respeito
Pois qualquer favelado na boca dos outros é suspeito
[Refrão: 2x]
Os bang bang, os tiroteios
Tomou enquadro o suspeito
Quem é - o pobre e o preto
[Verso 2: Ravi Lobo]
E quando a morte contar uma história, manda ela se foder
Quando a vida cantar um rap, ouve e para pra entender
Eu sei que não é fácil, loucuras absurdas
Guerra na terra santa, irmão no crack que se afunda
Profeta da rua armado até os dentes
Isolado no deserto que floresce na minha mente
Ruas congeladas, pessoas que maltratam
Na ilusão do medo pelo fogo, trocam tapa
Situação precária, crianças sem saúde
O sonho de destrói, o crime acaba a juventude
Inveja fodida, vaidade orgulhosa
Deus que me livre desse mal na noite cabulosa
Olhares, abraço, maldade no aperto de mão
Flashback, sangue ferve, treta e oração
Estrela que ilumina e brilha na favela
O sentimento vivo de amor, no coração supera
E sim revela, solta da jaula as feras
A luz divina que ilumina o mal, o céu e a terra
O diamante bruto que se torna o mais perto
Do horroroso ao precioso, na fé do recomeço
Na selva, a atividade, a arte, é o silêncio
Inimigo tem sono leve, mas não pode ler pensamento
É nova era, novos tempos, novos ares, novos momentos
Vento forte, tempestade, fim de tarde, eu bem me lembro
Atrás do cash, vira e mexe, o adianto que não para
Dia e noite, triste ódio, pois amor é coisa rara
A caminhada continua, desistir é mais fácil
Palavra por palavra, fim por fim, passo a passo
Segue mais quem corre atrás, age na calma, e não se ilude
Pé na porta, mente em transe, alma limpa, aberta e rude
Verso louco de atitude, poesia encantadora
Família que segue forte na crise devastadora
Um por todos, Deus por nós, que abala mas não cai
As mentiras da verdade, quem mais julga é quem mais trai
Cu de burro eu não me iludo com conversa fiada
Emocionado desde sempre, rima louca, levada
Ugangue tá no sangue, evolução é meu lema
Se mexer com minha família, tá fodido, é problema
É a vida no gueto, vários que Deus levou
O crime é podre, nasceu, cresceu, morreu na [vida?] de horror
Eu sei que vários tentou, falou que representou
Virou memória, tá lembrado, e no passado ficou
[Refrão: 2x]
Os bang bang, os tiroteios
Tomou enquadro o suspeito
Quem é - o pobre e o preto
Bang Bang was written by Cintia Savoli.