António Zambujo
António Zambujo
António Zambujo
António Zambujo
António Zambujo
António Zambujo
António Zambujo
António Zambujo
António Zambujo
António Zambujo
António Zambujo
Cem anos que eu viva, não posso esquecer-me
Daquele navio que eu vi naufragar
Na boca da barra e tentando perder-me
Naquela janela virada p'ro mar
Sei lá quantas vezes matei o desejo
E fui pelo mar fora com a alma a sangrar
Levando na ideia uns lábios que invejo
E aquela janela virada p'ro mar
Marinheiro do mar alto olha as ondas, uma a uma
Preparando-te um assalto entre montes de alva espuma
Por mais que elas bailem numa louca orgia
Não trazem desejos de me torturar
Como aquela doira que eu deixei um dia
Naquela janela virada p'ro mar
Se mais ainda houvesse, mais portos correra
Lembrando-me em noites de meigo luar
Duns olhos gaiatos que trago à espera
Naquela janela virada p'ro mar
Mas quis o destino que o meu mastodonte
Já velho e cansado, viesse encalhar
Na boca da barra, e mesmo de fronte
Daquela janela virada p'ro mar
Marinheiro do mar alto olha as ondas, uma a uma
Preparando-te um assalto entre montes de alva espuma
Por mais que elas bailem numa louca orgia
Não trazem desejos de me torturar
Como aquela doira que eu deixei um dia
Naquela janela virada p'ro mar
Naquela janela virada p'ro mar
Naquela janela virada p'ro mar
Naquela janela virada p'ro mar
Aquela janela virada p’ro mar was written by Frederico de Brito.