[Letra de "Amordaçados (Verso Adicional)]
[Introdução: Ikonoklasta]
I've seen the way they've done before
Você é assim maniento porquê?
-Não me complica a cabeça
-Não, quero te complicar
Complicar como assim
-Tas me a a acusar de quê?
-Não, você 'tas muito armado
-Quê?
-É sim, é porque revolução
-'Tas a falar a toa, man
-É sim, revolução, toda a hora revolução
-Eu nunca te disse isso
-Falaste sim senhora cabrão
-Eu nunca te disse isso
-Falaste sim senhora de revolução e revolução toda a hora
-A única coisa que eu te falei, foi
[Verso 1: Ikonoklasta]
Não há hora melhor que agora, solta o grito de Ipiranga
Mwangolé, acorda a revolta faz confusão, reclama
Bebé que não chora não mama
Se consola com migalhas
É por isso quе a desnutrição nos devora as entranhas
Pô caralho, sеr oprimido pa' frustrado
Prefiro morto, acabem de uma vez comigo
Um tiro ou dois e pronto
Enquanto isso eu revindico, insisto neste ponto
Todos vocês políticos são vassalos do povo
E povo sem voto é povo sem voz
Povo sem opções após 16 anos de espera p'ra substituir o algôs
E mesmo que não haja alterações de vulto
Se o próximo for pior e mais corrupto
Cabe a nós eleger o gatuno que acederá ao púlpito
É inútil discutir quando as decisões nos ultrapassam
E o último a se exprimir é o que legítima a fantuchada
Bué de anos sem eleições, por falta de condições
Caetano pareces fixe mas toma-nos por parvalhões
[Refrão: Salvaterra]
Bebé que não chora, não mama, acorda e reclama
Vamos ser os atores da peripécia e da trama
Grita, reclama, vamos agora, vamos que é hora
Quem és tu p'ra dizer que eu não posso votar, não posso lutar?
Quando eu, cidadão, sem o voto sou nada!
Quando eu, cidadão, sem o voto sou nada!
Quando eu, cidadão, sem o voto sou nada!
[Verso 2: Salvaterra]
Sou da geração bastarda, geração do nada
E [?] da mania,, consumista em ser vazia
Construida sobre os destroços de um sonho socialista
Geração filha da puta que vira a cara a luta
Sou da mesma geração que não tem coração
Não tem gratidão, não lutou na grande guerra
Independência ou depressão ?
E como consequência 'tá drogado, viciado e amarrado a um cifrão
Não sou Einstein, sou o átomo e a regra que constitui a exceção
Calso a luva de Cazuza, cada prosa crua e suja
A minha luta não para, corpo manifesto, purete na cara
E eu passo a noite na esquadra, com o meu livro do Rousseau
E a minha shirt do Guevara, e a vossa opressão
Não me abana uma bala, porque eu sou dfeito de ideias
Que uma bala não cala
Eles mataram o socialismo, votaram no cifrão
Trairam a democracia p'ra foder corrupção
Não tivemos nem dançamos Kuduro ou Kizomba mas minas e bombas
27 anos ao ritmo ´da guerra foi essa dança
Imigração sem integração, alternativa a desgraça
Nova escrevatura sem magistratura, fria exclusão
Vi que as obras e barros de farça foi o nosso sacrifício e qual é a nossa herança ?
Não podemos votar no dia da nossa mudança
[Refrão: Salvaterra]
Bebé que não chora, não mama, acorda e reclama
Vamos ser os atores da peripécia e da trama
Grita, reclama, vamos agora, vamos que é hora
Quem és tu p'ra dizer que eu não posso votar, não posso lutar?
Quando eu, cidadão, sem o voto sou nada!
Quando eu, cidadão, sem o voto sou nada!
Quando eu, cidadão, sem o voto sou nada!
[Interlúdio: Salvaterra]
No dia 19 de novembro de 2007
Uma série de angolanos foram a rua manifestar-se contra a decisão do CNE
Ou seja, da Comissão Nacional Eleitoral de Angola
De não deixar a diáspora votar nas próximas eleições legislativas e presidenciais por alegada falta de condições
Sim, a mesma Angola que sorri diamantífera
Angola a rica petrolífera que todos conhecemos
E nem é questão de Angola ser rica ou pobre
É questão de direito
É questão de que se o governo diz que é hora a democracia então
Todos os angolanos têm direito de serem incluídos sem exceção
Angolano-tuga, angolano-americano, angolano-chinês
Toda a diáspora
Esta música é dedicada a todos os bravos
A todos os verdadeiros angolanos
Aos que não cederam ao individualismo
Ao egoísmo, uniram-se em prol de um direito comum
E foram a rua usar a voz como arma
Essa manifestação foi das coisas que mais me orgulho de ter feito na vida
Abrigado a todos os membros do blog
Revolução em Angola ponto blog ponto com
A luta continua, a vitória será certa man
Tenho fé em vocês, tenho orgulho em vocês
Luaty, Pedro, Fratiques, Georges, tia Cristina
Ricardo, o Augusto, o Hélder
Ana Aline, Catarina, a grande Catarina
Jica, Sofia, Bob, obrigado, obrigado, yeah
Amordaçados (Verso Adicional) was written by Salvaterra & Ikonoklasta.