Poesia de Pharrá, postado no Youtube em 7 de setembro, fala sobre seu gueto e de forma metafórica sobre o crime.
Céu cinza e cidade suja
Liberdade onde se a vaidade puxa?
A grama é verde, mas as flores murchas
Um quarto escuro, terça parte angústia
Calçada cheia de lixo, bicho e seres urbanos
Que pensam tanto no sucesso e esquecem de ser humanos
Estiquem a lona que o mundo é uma zona
É o espetáculo que o desamor proporciona
Ofuscam sonho de quem almeja, veja...
As ajudas do judas que te beija
Te dão a doença e te vende a cura
Te dão a miséria e te mostra a fartura
Ninguém se respeita e questiona a estrutura
Pra uns rebeldia, pra "nós é" postura
E eu dou a cara a tapa, e a mão a palmatória
Eles controlam dinheiro, distorcem a história
O mal é de raiz, Cês perderam a memória?
Olha nossa cicatriz, só cota não é vitória
Analiza parça... até na Bíblia tem desgraça
Nossa raça se mata em massa
Eu penso, paz é uma farsa
"Eles" criaram as divisões, reinos e nações
Divergencia de opniôes, vermes e leões
"Tamo" na era digital, no final tudo é sinal
É normal fazer o mal e esquecer do principal
Por isso eu chego na manha, vingança não é troco
Vou mover a montanha, pra depois chegar no topo
A guerra tá declarada, se eu não matar eu morro
É pior pedir perdão ou ter que pedir socorro?
Se correr o bicho pega, se ficar olho nos "homi"
Na hora que o coro come o diabo mata a fome
Ai Deus...
Tira a coragem dos moleque na laje
Diz pra eles que crime é deserto e o sucesso miragem
Que não adianta fazer o certo pela metade
E quem navega sem leme, corre risco de amanhacer na margem...
Morto!