Amanhã

Noite nula, empancamos é certo
Fresca brisa numa praça deserta
Ilumina a podridão concreta
Imortaliza, revolução discreta

Amanhã não é promessa
Amanhã não é promessa

O bacanal dominical banhado em pecado
Pratica-se o mal entre o betão e o gado
Amanhã não é promessa nem certo ou concreto
Fodemos à pressa, a ritmo alucinante
Padecemos de morte e gerimos o medo
Numa rua torta pintada de merda
Concordamos acenamos sem rever o contrato
Sem saber transformamos o dia a dia num trato

Amanhã não é promessa
Amanhã não é promessa
Amanhã, não é promеssa