Alpa Camasca

[Intro]
Alpa camasca

[Verso 1]
Eu sou da terra, tou na terra
Sou a terra
Ela soltou-me e hei de voltar a ela
Ao pó, à terra
Porque um terráqueo elabora
Vir a ser o exagero até que acaba e evapora
Eu quero mas não pode
Deitar a guita fora
Enquanto vive, sofre por mandar a vida embora
Tem calma, solta e volta ao destino final
Ya e até lá acho que há que refletir no sinal
Sem motivo, nunca tive um coração intestinal
Mas também não tenho inteligência emocional
Não apresento simplesmеnte um grau mais elevado
Isto é um nívеl diferente de complexidade
Não sei de onde é que vim
Nem sei para onde é que vou
Não sei o que é que sinto
Quando não sei quem sou
Só sei que sou um bocado de terra animada
Numa terra caricata que é uma selva acimentada
E tudo no meu corpo é uma parte da terra
Porque eu não vivo na terra
Eu vivo com a terra
Sou tudo o que me rodeia
E tenho estado aqui à espera
Viver no equilíbrio saudável com a biosfera
Sou tudo que me rodeia
Não sou um grão de areia
No universo sou universo num grão de areia
Vida é o meio pelo qual o universo se compreende a si mesmo
Eu vou vivendo assim desde que vivamos todos
De acordo com a natureza
Com quem concorde com a certeza

[Bridge]
Eu sou da Terra, 'tou na Terra
Sou a terra
Ela soltou-me e hei de voltar a ela
Eu sou da Terra, 'tou na Terra
Sou a Terra
Eu não vivo na Terra eu vivo com a Terra

[Verso 2]
Ya quem vive sem alma, degrada
Tem a linha da sina na palma quebrada
O bem vem de dentro, brada
A energia interior
Tem de estar equilibrada
Para não desequilibrar a exterior
Alpa camasca, um ser humano
Numa sociedade que me ver a ser urbano
Quanto mais evoluímos mais estragamos
Quanto mais nos alastramos
Mais destruímos, meu mano
Durante anos descobrimos
E eles vão nos cobrando
Enquanto estão cobrindo os danos
Vindos dos planos dos indivíduos tiranos
Neste mundo louco
Há que saber fazer de tudo um pouco
E à pala disso
Penso que o mundo está com falta de senso comum
Somos animais inadequados
Hipocrisia da natureza
Espécie que teima em destruir o próprio planeta
Como disseram há dias
Fazes parte do vírus
Se viveres na terra e a terra destruíres
A graça perde-se
Resta desgraça, uma raça de excessos
E eu só peço a esta massa moderação no apetite
E sentido de partilha
Um ditado bem dito da ilha
Antigo mas brilha
Pode correr de feição
Porque a perfeição da natureza é não haver perfeição

[Bridge]
Eu sou da terra, tou na terra
Sou a terra
Ela soltou-me e hei de voltar a ela
Eu sou da terra, tou na terra
Sou a terra
Ela soltou-me e hei de voltar a ela