[Verso 1]
Uma pá de vez eu vi meu pai preocupado e não entendia
Que as gota de suor era pra ter moradia
Não dei valor, mas deu tempo de em vida arrepender
Foda é quando arrepende e ele não tá mais com você
O morro é louco, mano, onde a subida é diferente
Vitória tem outro significado pra gente
Única certeza que a vida me deu: que eu vou morrer
Onde aprendi a respeitar, fui obrigado a conviver
Com choro, com o bar lotado e os atraso das macas
Com as tubaína, os fliperama e os dog de barraca
Com as cicatrizes pelo corpo e olhar que entrega
Nunca vê nada, até sabe, pra ficar vivo nega
Cansa de ver que carrinho de rolimã não bate 100
Atrás das Honda, roda, e vai parar na febem
Quem diria, sonhou sempre com volume na carteira
E hoje sente saudade até do som das goteira
Dos mofo, das rachadura e dos beijo antes de deitar
Solidão não mata um homem, faz ele se matar
Cê vai ver que seu vira-lata lotado de sarna e pulga
Te ama mais dos que te abandonam lá na fuga
Vai dar valor até pras brigas com a sua velha, cara
Quando a voz dela se tornar uma das coisas mais rara
E descobre que o único amor que teve em vida
Colou de buzão lotado em domingo de visita
[Refrão: Jota Ariais]
Quantas pétalas vi saudades decorar
E o que era sorrir, hoje fez chorar
[Verso 2]
Pode muta o volume, sempre vai ecoar alto
Os grito dos inocentes que cê matou em assalto
A vida é curta mano, vários insiste em reduzir
Lembra o ditado “não é bater, é quanto vai resistir”?
Não é verdade absoluta, o inverso da mentira
Que viu os exemplo morrer sonhando com a Zafira
Mó ironia quem resgata é os gol quadrado
Chega sem vida aos PS com sangue coagulado
Eu resisti falta de janta por não ter um gás
Todo mundo de Oakley, e eu portando brás
Não foi vergonha truta, suor eu herdei de herança
Eu perco à vida nessa porra, não as esperanças
Eu tô ligado, é triste a noite, sozinho no quarto
Á escuridão alivia quem sempre sonha alto
O abandono da família mesmo vivendo junto
Onde os exemplo é bebida que faz briga ser assunto
Sofrer sozinho é foda, incomoda, mas fortalece
Os que conhece os cheiro de carne quando apodrece
Não dá lugar pros dedo apontado ter razão
Veneno nós tomou de gole.. Sem deserto as ilusão
Fez entender a Ferrari passar toda blindada
Na mesma rua onde as crianças dormem sobre a calçada
Conflito com a minha mente: "será que eu sou louco?"
Enquanto o coração não para, eu me mato aos poucos
Pra nós só existe pólvora, nunca existiu pavio
Sonhando com o “eu te amo” mesmo que fosse vazio
Cansou de abrir as pernas e por as mãos na parede
Se alimentou só de fé e no fim morreu de sede
[Refrão: Jota Ariais]
Quantas pétalas vi saudades decorar
E o que era sorrir, hoje fez chorar
[Outro]
Que os infortúnios da vida sejam o segredo que triplica a força e impulsionam o levantar
E ensine à riqueza dos grãos no barulho de chuva
Pra que o conforto do abraço não seja lembrado só quando tudo for saudade
Cria da Quebra, 2016
A Riqueza dos Grãos was written by Cria da Quebra.
A Riqueza dos Grãos was produced by Reinaldo Manaresi.
Cria da Quebra released A Riqueza dos Grãos on Fri Jan 01 2016.