Papas da Língua
Papas da Língua
Papas da Língua
Papas da Língua
Papas da Língua
Papas da Língua
Papas da Língua
Papas da Língua
Papas da Língua
Papas da Língua
Papas da Língua
Papas da Língua
É tempo de prosa
Na copa da rosa
Na ponta do espinho
Na boca calada do sol
É tempo de prosa
Das ruas aflora o verbo
E as almas se agitam
Em busca de um sonho tranqüilo
É tempo de prosa
O ritmo longo da prosa
Na fala obscura
Dos tempos de agora
É tempo de prosa
De métrica absurda
De amores e cóleras
E dores que são tão profundas
Assim caminham
As coisas no mundo
E os homens que estão por aí
Somando túmulos em avenidas
Somando túmulos e túmulos
De possibilidades para
A paz na terra
No tempo da prosa
A víscera exposta da prosa
Na palavra solta
De um pensador
No tempo da prosa
A forma sintética e plana
De tantos amorfos
Prazeres avulsos
No tempo da prosa
A rima obscena da luz
Ilusória por sobre os escombros
Dos muros
No tempo da prosa
O céu já não tem a cidade
A lua não tem mais o mar
Foram todos passear
O poeta e a pedra
E a rosa e o rio
E a poesia com a melodia
Se recolhem num velho baú
De lata
Enquanto tantos poucos idiotas
Enquanto tantos acreditam
Que é o fim da história
Como se houvessem um fim