A Minha Arte

[Verso]
Eles dizem me "tu devias fazer sons para as massas
Tornaste-te bom no teu registo mas massas estão escassas"
No meu portefólio sonoro, não vês sons de gangada
Rap tá tipo futebol bué treinadores de bancada
Todos opinam todos pensam que ensinam^
Criticam, dão exemplos sobre dreads que nunca viram
Conselhos de entendedores nunca me serviram
Quando são de seguidores que nunca me seguiram
Não percebem o meu presente, não conhecem o meu percurso
Sou dos poucos, puros, neste meio meio confuso
Eu faço a minha enquanto faço a minha arte
Se o caminho é destrutivo eu faço a minha parte
Eu não nado contra a corrente 'tou simplesmente aparte
À deriva num sistema de qual eu faço parte
No meio de tretas e esquemas, eu tenho temas e letras
Teclas brancas e pretas até aos "intas" e "entas"
Vejo o mundo a virar selva enquanto sinto as hienas
Sinto azia nos teus olhos e modéstia que aparentas
Tenho andado dividido ultimamente mas
Entre música e amor, a última mente mais
Por isso sem guardar rancor eu vou escrevendo mais
E vou tapando a dor com histórias e ideiais
Se a vida é uma dádiva não faças dela dívida
Eu divido a gramática pela minha formula lírica
Na era da máquina e da indústria química
Sociedade apática ao monopólio da política
Distraída com a imagem direccionada pelos media
'Tás parado e a resolução então não vai passar por ti
Porque a revolução boy não passa na TV