18 Killa BoomBap Cypher

[Verso 1: Nave]
Na casa é só os 18 Killa
Bem Goodfellas, tombando fellas, ma ninja
No gelo Stellas, salve Mandela, Madiba
Tirando onda, querendo as onça, somando as fita
Fazendo o meu sem olhar a quem
Cerol senão a pipa voa, ou cê fica sem
Corre que nem Usain
No pain, no gain
Não game no game
Não durma no trem
Oh, tamo só gastando verso
Cuspindo fogo no deserto
Paro pra ouvir, só ouço ecos
Puro ego de reis cegos
Bem vindo a CWB season
Pique um trem para Busan
Convoque seu Saddam, ã
Louco de lean? Não, a mente tá sã!
En passant com um Blue Dream na blunt de maçã
Tamo Kimbo, bem longe de ser Daniel San
Tem Glock que é só um dedo debaixo de uma lã
Blew
Que venha a grana, eu quero um pouco do mel
Tchau aluguel, que nem Big, o limite é o céu
Na Torre Eiffel, se vacilar eu roubo o Nobel
O rap é um banco, e esse é um plano saindo do papel
Dario e Leo, beats from hell, ain't hard to tell
Saca a melhor dupla desde Kenan e Kel

[Verso 2: Nairóbi]
Cíclico, hoje sou um MC cínico
Rap curitibano pros contemporâneo, tru
Os daqui querem os de fora, nossas rimas ignora
Seus ídolo me adora desde 2001
Crítico nas track, cítrico sem blefe
Místico e mestre, igual Thaíde e DJ Hum
Nos enclaves dos desníveis os entraves são incríveis
Trágicos deslizes tiram a vida de mais um
Poesia e rua é mesma fita pra mim
Alma da madruga, então não minta pra mim
Do submundo adepto, no gueto me adapto
Não sou qualquer decrépito, pra mim cês não são aptos
Sua rima tá em débito, pra não dizer em cacos, e assim...
Essa é a escola do Primo
Lá de cima ele abençoa cada fita que eu rimo
Cada sílaba e palavra, é por ele que eu vibro
Só nesse cypher de rap são 10 mil anos, amigo
De James Brown a Sabotage eu carrego comigo
Porque a África rege a alma desse menino
Na Zona Oeste, muleke, conheço só envolvido
Desde novinho "mic check" eu rimo no seu ouvido
Seja boom bap ou trap
Seja branco, seja black, seja tudo
Só separe o joio e o trigo
Porque os falso apodrece, mas quem é se mantém vivo
E a prova disso, meu chefe
Se concretiza nesse vídeo

[Verso 3: Dow Raiz]
Diretamente da ilha quadrada
D-Dow Raiz no microphone check
Microphone check, one, two, ã
Chega de música pra MCs
Chega de flow sem nenhuma informação
Arrepie os pelo, esqueça status
Estátuas que rimam estão dominando a cena, e fede
Quem é já nasceu pronto, compromisso não é conto
Dê mensagem pro loco, e pronto
Escuta, escuta, escuta, se não a vida te chuta
Ignorante tem razão até das coisa que não estuda
Não é roupa ou cabelo
Nem cordão ou selo
Paga de loco, acha que isso é parque de diversão
Hip-hop (hip-hop)
Agora virou dança
E o que era pra impor respeito tá lotado de pilantra
Sim, tem que ter ganância, mas não mate o movimento
MCs, não rappers de impulsionamento
Muita droga, muito grife, muita moda, muito hit
Muito tudo, só esqueceram do caráter
O movimento futurista de união ta igual after
Graças a Deus tem gente salvando as cyphers
“O Dow Raiz rima rápido demais, chega até me deixar surdo"
Underground, irmãozinho! Não refrões sem conteúdo
Problema não é o trap, e sim quem vai nele rimar
Igual minha mão pode servir pra bater ou cumprimentar
Não é a máquina, e sim quem a manipula, fim
Faça seu nome pra depois tu pensar em falar de mim

[Verso 4: Hurakán]
Tamo de volta a 1-9-9-3
Quando eu já tava no palco, mas não lembro de vocês
No tempo do rap do microfone e toca-disco
Rapper tinha que ter ideia e os DJs faziam risco
Os produtores tinham que entender de sample
Sujar os dedos, ir nos sebos, e o estúdio era um templo
E era o tempo em que era panfleto era feito de xerox
E os B-boy dançavam em grupo de uniforme e com boombox
Eu tava em 9-9 quando o underground explodiu
E vi surgir uma porrada de MC pelo Brasil
E começou a era da deformação da informação
Gerando a geração dos sem missão
A geração do mais imagem, menos som
Interação é só miragem, não tem show
As vezes muito som, mas sem emoção
Vomitam qualquer merda ali no mic, o resto é promoção
E eu vi as grife de graff ser menores que as grife
Eu vi os graff de grife ir pra New York e Munique
Enquanto isso Curitiba fez vocês ficarem rich (hahahaha)
Ou na pior das hipóteses: pegaram algumas bitch
Eu vi umas panca surgir, eu vi umas banca sumir
Eles vão desencanar, e eu continuo aqui
Ainda vou vou fazer muito som pra servir de inspiração
Ou pra por teu pé no chão quando cê achar que tá bom
Sei que dar ideia não dá likes, pois cês gostam de polêmica
Não precisa ter rima, cês preferem arte cênica

[Verso 5: Gustavo Cadelis]
Vivendo no país do gol-pista
Muito 171, gera os 7 a 1
Fora o show, assista
Sociedade baseada em ter.com-quista
Vocês ainda riem dessa piada pronta, ra-cista
Esse governo me tira mais grana que a minha ex-wife
E só as vezes me sinto feliz, tipo por um Second Life
No love, não ligo novela das nove nem que neve, never
Navegue na verve que serve de leve inspiração, e whatever
Com olhos fixos na tela do seu iPhone six
Lá fora a vida ainda é bela além da janela do Netflix
O mundo caminha mais zuado do que sola do meu velho Qix
E se fosse escrever uma rima pra cada mentira acabava com as Bics
Não te obedeci, nem me ofereci, resisti
Pra poder assistir cê desistir
Tomo Hennessy, Jack do Tennessee
E aí, bebendo pra lembrar que me esqueci que
Um dia do poder cês vão sair
Em breve a tua casa vai cair
E vocês que só nos fazem chorar
Não vão ter dentes pra poder sorrir
Hahahaha

[DJ Ploc]

[Verso 6: Cabes]
Cypher pegada funk flex, rima sem errorex
Cap flexfit, anos 90, skate aqui é Látex
Na rua feito Mobb Deep, os infames da streets
De rolê nos projects, daonde veio o rap, true fact
Então não fode
De Kool Herc a Kool Keith
De Mos Def a Madlib, guru vive
Rest in peace, Prodigy
Eu curto trap, mas meu bang é golden
Cês são Dove, nois é lixa nos shape
Cotonete na orelha, ouve
Justiça é tatuar e prender no poste, e eu sou louco
Riem por causa do frio, mais um mendigo acorda morto
Desvia o foco, cês são Jornal Nacional
Querendo ibope a todo custo, ilude as massa, mas não são real
Amazônia vendida, ganância na mão dos homens
Igual o futuro da barriga que ronca de fome
Rafael Braga, o exemplo da justiça do Estado
Seu combate as drogas mostra: deu tudo errado
Nossa história é uma glória de assassinos
Povoador é herói estuprando mulher e matando índio
Capital campeã de assassinatos no Brasil
E ainda perguntam pra mim porque a gente não sente frio
Não vê racismo? Sua cidade não é a minha
O hip-hop me mostrou como se refaz essas linhas
Dario me diz quem, Leo o resto eu me viro
Rappin Hood, o mic tá na minha mão
Deixa que eu atiro! Plaw!

[Verso 7: Nel Sentimentum]
Tamo de volta, rá
Yeah, yeah, yeah
Se liga só, se liga só
How, hã

Feito um anime cinemático num cósmico diálogo
Faço nessa track o meu retrato 3x4
Peço licença pra falar com a consciência
De quem quer que seja antes que eu parta pro outro lado, vem
Desculpa aí se eu sumi, saí pra expandir
Pra não viver de vender isso daqui
De CWB, my G, eu vim e vi a cena surgir
E contribui transmitindo o que aprendi, então...
Não desisti do objetivo que é expressar o que eu vivo
E através do rap eu me descodifico
Nada mais que isso, mantenho a essência do princípio
E sem jogar o jogo eu descomplico, sim
Eu tenho histórias pra contar do tipo Dr. Doom
E cicatrizes na memória, feito MF Grimm
Do início ao fim, atemporal Ronin
Samurai, Sayajin, feito Jeru: Come Clean
Eu agradeço a Deus, e aos que eu encontrei
Pelos pecados meus peço perdão também
Pra quem procura a paz, mais prosperidade vem
Pra quem por onde faz
Só por amor, amém

[DJ Ploc: Colagem]
A amizade vai fortalecer
Você vai ver