#1 (Intro*)

[Intro: Berna]
Olá
Seguindo a convenção de Genebra, fica sempre bem cumprimentar alguém que não fazemos a mais pequena ideia quem seja
Olá. Depois de nos conhecermos, a superioridade dá-te aquela sensação de cumplicidade que nos excita tanto ao ponto de atirarmos pedras um ao outro. Vamos falar do tempo? Talvez ajude a unir-nos. A falta de referências comuns é tão gritante que o facto de sermos humanos não passa de uma ténue esperança. E a coreografia de quem tenta ficar por cima é tão animalesca que faz com que o público se perca na selva
Olá. Numa rotunda à direita, existe um beco onde a felicidade [?] estúpido, é a única saída. É só seguir em frente e vais apanhar um estranho que vomita tantos clichês que pensas "eu já estive aqui". A falta de silêncio é tão gritante que a democracia passou a ser um direito. Aplicações passam por ti como pessoas à distância de um clique. E, pensando bem, o botão "desfazer" talvez tenha sido a maior invenção do milénio. O prazer de impor a minha má disposição ao próximo é sinónimo de personalidade, daí eu não ser ninguém. Tenho tendências renascentistas que devolvem os intelectuais de volta à mediocridade enquanto aplaudem o palhaço. Cada vez que me exprimo, sou assassinado pelo recetor que me suga até voltar a ser eu. E renovo a rotina. Adoro regressar a sítios novos e sentir que parei de crescer
Olá, foi um prazer