Rumos

[Verso]
Eu assumo, eu não tirei o pé do fundo
O sentido era o rumo ao sem sentido que era o rumo
Agora quando encontro frio cubro
Mas quando eu assumo, baixam o pano e lançam fumo
O piso tá molhado e eu vou de lado
Levantem os copos, o código tá decifrado
Com a barriga vazia quando acordo e vazia fica
Por enquanto não estou de acordo
Sinto logo existo mas assim é ridículo
Espécie de um corte, com ou sem sorte
Sempre mantive a sorte
A falha está no bolso e a diferença no teu pulso

[Refrão]
Solilóquio bem estático, manter a base do elástico
Guardo muito pra não queimar o plástico
Dobro como borracha e queimo como cigarro

[Verso 2]
Eu assumo, não tirei o pé do fundo
O sentido era rumo ao sem sentido que era o rumo
Palavras batem no muro, chove vermelho como
Sangue de um filme perto do júbilo
Eu quase cheiro e caio no desejo mas
Eu não tirei o pé do fundo
Cada vez mais mudo porque aos poucos vejo e mudo
O braço tá torcido e o pulso dorido
O quadro partido, o tempo cosido quero-o comigo e
Sobre a partilha eu não sei quem insira
Por isso eu não colo cacos, entorto linhas e escondo quartos
Onde escondo pensamentos e abafo tempos

[Refrão]
Solilóquio bem estático, manter a base do elástico
Guardo muito pra não queimar o plástico
Dobro como borracha e queimo como cigarro