Porto Côvo

[Verso 1]
Roendo uma laranja na falésia
Olhando o mundo azul à minha frente
Ouvindo um rouxinol nas redondezas
No calmo improviso do poente

[Verso 2]
Em baixo, fogos trémulos nas tendas
Ao largo as águas brilham como prata
E a brisa vai contando velhas lendas
De portos e baías de piratas

[Refrão]
Havia um pessegueiro na ilha
Plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo

[Verso 3]
A lua já desceu sobre esta paz
E brilha sobre todo este luzeiro
À volta toda a vida se compraz
Enquanto um sargo assa no braseiro

[Verso 4]
Ao longe a cidadela de um navio
Acende-se no mar como um desejo
Por trás de mim o bafo do destino
Devolve-me à lembrança do Alentejo

[Refrão]
Havia um pessegueiro na ilha
Plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo

[Verso 5]
Roendo uma laranja na falésia
Olhando à minha frente o azul escuro
Podia ser um peixe na maré
Nadando sem passado nem futuro

[Refrão]
Havia um pessegueiro na ilha
Plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo