De um Jeito Doce tento ver o mundo

5 irmãos meus foram fuzilados
Com mais de cem tiros no carro
Ao comemorar o primeiro salário
Pelos PMs foram avistados
Sentaram o dedo nem exitaram
Senti na pele como se fosse comigo
Afinal pra eles não existe exceção
Todo preto é um bandido
A família chora sociedade triste
Mais a impunidade impera
No meu dia a dia isso é normal
Fazem pior dentro da favela
Cheiro de sangue, corpos vazios ao lado de copos antes utilizados
Por trabalhadores que ao voltar do trampo foram surpreendidos por alguns disparos

Corpo que sangra, vida que morre
Mais de 100 disparos e hoje tu dorme
Na luta diária da pena de morte
Onde só morre o preto e pobre

Ao sair de casa minha oração é parte da rotina, força espiritual pra acabar com mau que assola a minha vida
De um jeito doce tento ver o mundo se não mergulho em desespero
Minhas noites são tristes em meio a ansiedade de janeiro a janeiro
Forças peço a Deus e ele me revigora
Pena só lembrar nos momentos de luta e quase esquecer nos de glória
Preciso rever minha conduta
Afinal sem ele não conseguiria um terço das minhas vitórias
Deus Deus Deus Deus
Sempre em minha memória

Corpo que sangra, vida que morre
Mais de 100 disparos e hoje tu dorme
Na luta diária da pena de morte
Onde só morre o preto e pobre

Policiais morrendo diariamente e a sociedade não liga
Não sei oque está havendo com a gente, stop essa carnificina
Estão refems do estado com salário atrasado
Contas e famílias pra sustentar o que tem sido o afago
Sem farda discriminado, com a farda me discrimina
Eu peço Deus peço a Deus contenha a carnificina