[Intro]
Dizem que toda panela tem sua tampa
Acho que não é bem assim
A tecnologia é muito cara
Mas a tecnologia barata
Anda no esgoto e sobrevive a explosão nuclear
[Verso 1]
O mundo é grande, grande coisa!, o coração também é
E te garanto, foi tão lindo quanto o mundo já foi
E te garanto, tá tão podre quanto esse mundo tá
Coincidência, pois também foi o homem que estragou
Nem sei da onde eu tiro força pra me manter de pé
Ao mesmo tempo, eu sinto a força equivalente a mil bois
Cansei de escrever poesia a fim de te conquistar
Põe num canal que acha legal e comemora outro gol
A vida é linda aparentemente
Mas todos mentem
Já menti, quis o lance legal que tava na mente
Mentira é mais atraente, mas num é a verdade
Ó que bosta, ó
Tudo é só sexo e vaidade
Quero algo mais maduro
Não fico em cima do muro
Pois qualquer hora vem furo
E os tiros vem dos dois lados
Não seja injusto nem burro
Pois quem tá em cima do muro
Além de tudo passa pano pro errado
[Refrão]
Quem sou eu
Pra dizer o que é bom pra ti?
Se eu não sei o que é bom pra mim
Hoje eu aprendi, ô tia
Olha pra mim
Não sei se você me odeia ou ama
Só olha pra mim
[Verso 2]
Aprendizado que eu tive onde
Forever alone, junto com meu fone, androides e drones
Mestre foi pra vala junto da sua teoria
Morto é adorado e vivo de nada valia
Minha rima é diarista: limpa sua casa direito
Enquanto cê estuda Direito e me paga errado
Energia não engana
Cuidado com o que cê deseja
E muito mais com o que emana
O que passou é só o passado
A busca é tentadora e incansável
Sobrevivência, essência e um legado
Mais fácil abrir o mar com o seu cajado
Do que entender por que meu povo se finge enganado
Mascotes fardados em fogo cruzado
Desejo luz pras mariposas, mas não a minha
Esse pó cega, tadinhas, queimaram sozinhas
Me reproduza incansavelmente em seus ouvidos
Tudo que falo é insanidade, mas é só o que eu vivo
[Refrão]
Quem sou eu
Pra dizer o que é bom pra ti?
Se eu não sei o que é bom pra mim
Hoje eu aprendi, ô tia
Olha pra mim
Não sei se você me odeia ou ama
Só olha pra mim
[Verso 3]
No centro da cidade, 10 graus
Na madrugada, um papelão, jornal
Por dentro queima a arte visceral
Que me mantém aquecida
Na minha maloca, geral na torcida
De me ver bem e ser alguém na vida
Longe do crack e a faca debaixo do travesseiro
Não me assemelho, eu ainda amo o que vejo no espelho
Por isso eu cuido e às vezes me iludo
O jogo é duro e eu tenho que ser mais
Qual faculdade que eu faço pra aprender a ter paz?
De um jeito eficaz
Sou filha sem mãe nem pai
Sou cria da confusão
E seja lá como for
No lixão nasce a flor
Transformar em canção toda a dor
Pra realizar vale o risco da caneta pro papel
Esse é o meu paraíso, pois nem sei se existe o céu
Hoje eu tô suave e tô a pampa
Me aceito, te respeito e eu me gosto sem uma tampa
[Refrão]
Quem sou eu
Pra dizer o que é bom pra ti?
Se eu nem sei o que é bom pra mim
Hoje eu aprendi, ô tia
Olha pra mim
Não sei se você me odeia ou ama
Só olha pra mim
Olha pra Mim was written by Bivolt.
Olha pra Mim was produced by Síntese.
Bivolt released Olha pra Mim on Mon Sep 11 2017.