Na Fé dos Ancestrais (Capítulo I)

[Intro]

Tudo começou na Avenida Luiz Pequini, São Bernardo do Campo. Tinha por volta de 8 anos e vagava pela madrugada atrás da minha própria vida. Nessa época vivenciava um quadro de inúmeras violências. A sensação de não-pertencimento sempre me pertenceu. Na procura de mim memo e da minha mãe naquela noite, uma Preta Velha me encontrou no caminho e me disse: "Mizio, fio, com ferro suncê foi ferido, com ferro suncê vai voltar..."

[Pré-Refrão: D’Ogum]

Filho de Rude Boy
Na força de Ogum
Mo Fya, Mo Fya, Mo Fya (AHOW!)
Realeza, pele preta (Oxalá me coroou!)

[Refrão: D'Ogum & Vibox]

Filho de Rude Boy (Tá na voz na cai)
Na força de Ogum (Na Fé dos Ancestrais!)
Mo Fya, Mo Fya, Mo Fya (AHOW!)
Realeza, pele preta (Oxalá me coroou!)
(x2)

[Verso 1: D’Ogum]

É que esse baile tá uma uva, eu recebi lá do outro lado:
Corpo preto é um tempo de festa eternizado
Não pode ficar parado enraizado nesse black
Então se mexe vem sentir sua raiz
Tão roots vem de Aruanda pra você ficar feliz
E eu vim, eu vim de lá, esse menino é só um portal
Transmitindo emitindo a força de um ancestral
E ninguém pode derrubar que é Fya, que é Fya!

[Refrão: D'Ogum & Vibox]

Filho de Rude Boy (Tá na voz na cai)
Na força de Ogum (Na Fé dos Ancestrais!)
Mo Fya, Mo Fya, Mo Fya (AHOW!)
Realeza, pele preta (Oxalá me coroou!)
(x2)

[Pós Refrão: D'Ogum & Vibox]

Filho de Rude Boy (Tá na voz na cai)
Na força de Ogum (Na Fé dos Ancestrais!)
Mo Fya, Mo Fya, Mo Fya (AHOW!)
Realeza, pele preta (Oxalá me coroou!)

[Outro]

O Hip-Hop foi a encruzilhada que me levou de encontro a mim memo. A minha própria força
Mas, nem sempre foi assim...