CARISMA ter ou não ter, eis a questão
Mas há mais que um prisma, e muito mais que uma razão
Entre cidades com vaidades, e diversos enredos com medos
Entre metades de verdades que me escapam por entre os dedos
Não somos nada e queremos tudo, até que o luto tudo apaga
Queremos tanto mudar o Mundo, mas somos nós quem o estraga
Veste a farda, vai trabalhar, e na reforma vê se morres
Enquanto uns falam do que têm, eu falo daquilo que podes
Pode ser que notes, e pode ser que um dia acordes
E percebas que a vida é uma música, só tens de encontrar os acordes
O amor? Não passa de um poema, só que uns rimam, outros não
Queres ver o ódio desaparecer? Tenta desligar a televisão
Abre a visão e o estado de espírito que isto é mais que visual
Ser especial é saber que nenhum ser é especial
Aííí como eu amo Portugal e como odeio quem o governa
Onde nunca ninguém me dá a mão e ainda me passam a perna
Minha Mãe ouvia Zeca Afonso, meu Pai ouvia José Mário Branco
Instruído sempre a dar tudo, a quem nem precisava de tanto
Hoje em dia sei o que é a fome, mas hoje em dia qual é o espanto?
Eles já não nos matam a fome e só salvam a merda do Banco!