O Enterro Dos Ossos

[Verso 1: Cauê]
Eu sou enganado por percepções
Intuições me iludem
Eu tô engajado em aprender lições
E os erros que me assumem, sumam
Estudem, fissuram
Viajam no tempo eu acendo meu incenso e crio com essa fumaça
Mas tirando ela, tudo que eu sinto é vazio
Inalo um maço e me desfaço em mil pedaços
Zera
Preciso me juntar do chão
Calma aí, espera
Sou meu espaço e a cada passo eu reflito a matéria
É uma exploração na minha constelação interna
O centro tá perto eu tô buscando o certo
Hoje acordei esperto e Lessa, quando eu morrer deixa o meu caixão aberto

[verso 2: Lessa Gustavo]
Alguns assuntos pendurados que perdemos de vista
Feito a dança da cadeira, só que ao invés de cadeiras outras coisas rotineiras
Que se encontram no final da lista de interesses afazeres e protagonistas
Pílulas e discursos sofistas
Vejo imaginária linha que te leva ao que te precipita
Feito psicologia Leminski
"Confira, tudo que respira conspira"
Depois do estouro eu já estarei bem longe
Eu peço não olhe pra cima é certo que será em vão
Além de pseudônimos, antes de mais nada saiba
Que não existem motivos pra toda essa pressão
Precipitação
Emendar um dia noutro dentro dessa dimensão
Que nos suga no sufoco
Desrespeitando o giro da lua e do sol
Depois do baque eu queria comunicar que essa porra não é um jogo
Então me fiz de oco exercitar o cuidado é pouco
E que as palavras de ontem hoje carregam mais sentido

[Verso 3: Cauê]
Enxergo vida em tudo que me cerca
Vizinhos trazem morte então levanto cercas
A Pitonisa me disseca em seu oráculo
Consulto suas visões com medo da certeza
Eu tô contando horários
Adicionando alguns ponteiros ao relógio visionário
Predizendo pensamentos, oculto sentimentos
Palpites sem erros, bugues em pressentimentos
Os anjos tem respostas, eu sei
Só nunca dei ouvidos ao meu céu
E eu me perdi nas minhas apostas e leis
When i die, fuck it, i wanna go to hell